A Aldeia do
Tempo – Uma Introdução Amorosa aos Lugares de Memória da Vila Rica do Ouro Preto
O mergulho no mundo das ideias de uma outra
época dá o tom para a busca pelo equilíbrio e pela comunhão nesta primeira
ficção romanesca, e quase sempre depende de frases não ditas e perguntas não
feitas ao passado. Por Gênesis
Naum de Farias.
RESUMO
A
discussão desta narrativa se transformou em um romance,
e é por si mesmo um ensaio crítico, e assume o compromisso de refletir as questões
que interessam às mudanças cruciais ocorridas no Brasil Colonial quando do advento da Inconfidência Mineira, onde um velho frade da Vila Rica Colonial retorna
do passado sombrio nas masmorras da Fortaleza Ilha de São José das Cobras no
Rio de Janeiro para relatar o que viu e experienciou com o terrível processo das
Devassas. A pesquisa transformada em livro
refaz o envolvimento dos Inconfidentes no
motim que deflagrou o conflito político entre a Conjura Mineira e a Corte
Portuguesa nos idos de 1789. E com certa confiança em demasia, retrata seus
feitos nas tramas da História, atravessando outros riachos numa epopeia de
sofrimentos, eternamente recortada por tempos sonoros, onde a liberdade quase
que tardia norteava sonhos tão antigos quanto o vasto solo brasileiro. O relato
histórico expõe também o desenrolar dos acontecimentos tardios, propondo-se a
narrar o indulgente cenário desta terra sitiada pelo dramático, mas visceral
acontecimento que culminou no processo de levante pela libertação das terras
brasileiras nas Minas Gerais no mês
de outubro de 1788. Tempos depois, as lembranças do processo seriam resguardadas à total indolência e ao desespero
odioso de uma ansiedade provida pelo que foi pensado e executado, e pelo que
foi desfeito a contragosto de todos com períodos de total indefinição e
alheamento, revelando a simplicidade e a devoção de uma vida caótica e pobre. Muitos
Inconfidentes foram torturados, outros trucidados e, outros tantos que faziam
parte do clero constituído, foram relegados a uma pena não publicada nos anais
da referendagem popular, mas como a historiografia documentou, sofreram na pele
a dor de serem punidos – como os desviantes no Inferno – com sinais de
indignidade e impiedade recorrente do ódio demoníaco dos poderosos
representantes dos monarcas, quando, indefesos, foram renegados, como os anjos
traidores, e confinados em masmorras fétidas e claustrofóbicas sem o mínimo
balbuciar de vozes errantes que pairavam fora das prisões. A narrativa
controlada revelou os ideais de uma sociedade que lutou para consolidar uma
civilização igualitária, planejada para tornar independente o povo brasileiro.
Palavras-Chave: Arqueologia; Preservação Patrimonial; História;
Conjuração Mineira; Lugares de Memória.
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FARIAS, Gênesis Naum de. A Aldeia do Tempo - Uma Introdução aos Lugares de Memória da Vila Rica do Ouro Preto / Gênesis Naum
de Farias. ─ São Paulo: Scortecci, 2014.
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